A violência doméstica aumentou na Pandemia mas pode ser evitada.
Os casos de violência doméstica dispararam durante o confinamento obrigatório imposto pela Pandemia da Covid-19.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para um aumento de casos, na ordem dos 60%, em toda a Europa. A violência doméstica aumentou mas pode ser evitada.
Hans Kluge é um médico e cirurgião belga, responsável, desde Fevereiro de 2020, pela direção Regional para a Europa na Organização Mundial da Saúde e revelou recentemente que o aumento das denúncias online aumentaram até 5 vezes, só durante o mês de abril deste ano.
Por conta da pandemia, alguns dos países que registam maiores percentagens de aumento da violência e consequente preocupação por parte das autoridades são Bélgica, Bulgária, França, Irlanda, Federação Russa, Espanha e Reino Unido. Esta violência tem-se manifestado, principalmente entre casais ou contra crianças. Apesar da violência doméstica ter aumentado, esta pode ser evitada.
Por consequência, este clima de insegurança e medo pode desencadear outros flagelos, nomeadamente o aumento de caos de suicídio e homicídio. Pelo que é urgente alargar a cobertura e a disponibilidade dos serviços de vigilância, ainda que este seja feito online.
“A pandemia que vivemos é um desafio para todos nós”
Dia após dia, testa-nos até à exaustão dos nossos limites físicos, emocionais e até económicos. Todos sofremos: jovens, crianças, idosos, casais. O choque do isolamento é cada vez maior. Nas mulheres, em especial as com menos recursos, estão em situação de vulnerabilidade extrema. Não bastasse a luta diária por casa e comida, elas têm de lidar com a súbita e crescente luta contra a violência doméstica.
No âmbito relacional, o maior tempo de convivência com o agressor é crucial. Ao se reduzir o contacto social com amigos e familiares, são reduzidas as possibilidades da mulher procurar ajuda para sair da situação em causa. Agora mais do que nunca o apoio à vítima de violência é essencial e necessário que as instituições estejam fortalecidas e em funcionamento. O ajuste nas frentes de defesa das mulheres é o que nos vai diferenciar quando a pandemia terminar. Se agirmos agora, mulheres e famílias estarão fortalecidas para ultrapassar a fase de transição complicada que estará para vir”. @CheilaCarmali
Violência gera violência
Em suma, a “paragem mundial” a que todos temos estado sujeitos devido à Pandemia da Covid-19, trouxe, além do medo de contrair o vírus ou a dor da perda de entes queridos e amigos vítimas da doença, outros problemas sociais que são motivos de sobra para aumentar os casos de violência, especialmente entre famílias.
O desemprego, o aumento do consumo do álcool e drogas foram grandes impulsionadores para os casos de violência que se têm verificado, não só pela Europa, mas pelo Mundo. Os grupos mais vulneráveis, como as crianças, as mulheres e os idosos passaram a estar “à mercê” dos seus habituais ou novos agressores.
É preciso ajudar os outros
A violência doméstica pode ser evitada.
Há muito que a violência doméstica deixou de ser um assunto privado. É um crime público e pode e deve ser denunciado. Se não, nós estamos a incorrer numa perspetiva de cúmplices de um crime.
E para isso, é muito importante que as comunidades, os vizinhos denunciem às autoridades, movimentos e barulhos estranhos, ou mesmo de sinais de violência que aconteçam nas suas redondezas e que são audíveis, agora que as pessoas uma boa parte do seu tempo em casa.
@MulherLusófona
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