“Eu não vou aceitar não dar de mamar”
Amamentar em internamento
Hoje queremos partilhar convosco o relato real, escrito a 2 mãos pela Dra Carlota Veiga de Macedo e por uma mãe, que se podia chamar Vitória! (legenda desta fotografia), mas cujo nome é Diana e sobre amamentar em internamento.
Esta história merece ser espalhada aos ventos!
Para que cada vez mais mulheres percebam que não têm que ser meras espectadoras para que sintam que podem elas próprias fazer parte da mudança que querem ver e viver!
Mães com necessidade de ser internadas com bebés amamentados… Um problema real no nosso país. Normalmente há pouca abertura para exceções.
Como fica aquele bebé que de repente está sem a sua principal cuidadora? E o stress da mãe afastada do seu filho? Promotor da sua recuperação? Não…
Esta é uma história como tantas outras que já acompanhámos, mas com uma grande diferença: esta tem um final feliz!
Diana, a Deusa da Guerra amamentou internada
Diana, mulher que faz jus ao nome da Deusa da Guerra, internada com uma questão ortopédica. Pede para o seu bebé poder ir visitá-la de modo a poder amamenta-lo.
É-lhe recusado, várias vezes, por cerca de 8 enfermeiras diferentes, ao longo de 2 dias, sempre com “não pode ser”, “só a partir dos 12 anos”, “há risco para o bebé”.
Não lhe fazia sentido, internada por uma questão não infeciológica (sendo que mesmo que o fosse, teria de ser analisado caso a caso se seria ou não possível a presença do bebé), porque não poderia amamentar o seu filho enquanto internada?
Pediu então bomba extratora, como alternativa, mas enquanto a usava, desconfortável como sempre, ainda por cima sendo que tinha que o fazer deitada… foi aí que disse para si e depois à próxima enfermeira
– “NÃO! Nem pensar, isto é inadmissível! Não faz sentido estar a esforçar-me desconfortável e lentamente por retirar leite com uma bomba, tendo o meu bebé a 5 minutos daqui! Ainda por cima, privando-o de todo o contacto comigo que de certeza já o incomoda e vai continuar a incomodar a cada dia do meu internamento”.
“Assino o que necessário mas quero poder amamentar o meu filho enquanto estiver aqui!”
E tudo mudou quando acabou com um “Eu não vou aceitar não dar de mamar.”
Perante tamanha determinação por parte de Diana, a mesma equipa (e sua chefia) anuiu e o seu bebé foi ter com sua mãe 2x dia, onde ambos se consolaram, ficando cerca de uma hora com ele, de cada vez.
A Diana diz que o que funcionou foi ter passado de perguntar “Eu gostava de amamentar o meu filho aqui, posso?” a afirmar “Eu não vou aceitar não ter o meu filho comigo para o amamentar, apenas por estar num hospital”.
Acrescida a esta vitória também há uma provável abertura desta equipa para este problema quando uma outra mãe com esta situação ficar internada.
Escusado será dizer que os olhos das enfermeiras e auxiliares brilhavam sempre que viam o bebé para mais uma visita e que a Diana até teve de relembrar que não fossem elas a transportá-lo ao colo, mas sim o pai, para reduzir os tal risco de contágios desnecessários.
É possível mudar práticas de Amamentar em internamento
Este relato serve como exemplo, para tantas mães a quem lhes é negada a presença dos seus bebés. É possível mudar práticas!
Para se fundamentarem podem sempre utilizar o protocolo da American of Breastfeeding Medicine: ABM Clinical Protocol #35: Supporting Breastfeeding During Maternal or Child Hospitalization”
*Texto retirado de https://www.facebook.com/amamentos